No mês de janeiro em geral eu viro usuária assídua do sistema de transporte coletivo municipal e esse ano não foi diferente. O trajeto era simples: Comércio -> Lapa -> Cabula. No Comércio eu peguei um Lapa que parou na parte underground da estação. Lembrei das conversas com Pablo, que sempre fala de estratégias simples que poderiam melhorar a Lapa.
Lá, o de sempre: um fedor de xixi, tudo sujo, gente, gente, gente....
Precisava pegar um ônibus para o Cabula e fiquei na fila do Saboeiro. A fila estava vazia e de repente chegou um São Gonçalo. A galera saiu correndo e eu acho que acabei comendo mosca, porque talvez esse ônibus servisse para mim. Ainda estava no período de adaptação!
:-)
Acabei entrando num Engomadeira e para saber se realmente servia me ousei a traçar um diálogo com o cobrador. Hehe
- Passa no Hospital Roberto Santos?
- De frente!
Fiquei pensando: será que de frente seria "em frente"? Mas de que lado da pista? Tinha que usar um linguajar próximo ao dele...
- Passa no Saboeiro?
- Não!
- Passa no Cabeção?
- Passa no Juliano, depois no Cabeção, Roberto Santos e aí, pãããããããã... direto pelo Cabula!
- Tah. Valeu!
Aí eu tive que rir sozinha: "pããããã....?!" Que espécie de expressão é essa??
hehehe
Bem, o ônibus servia! Entrei e sentei. O ônibus ainda estava parado. Na minha frente uma moça muito distinta e educada (pelo menos aparentemente) comprou um "copão" de água mineral. Bebeu a água e lá se foi o "copão" pela janela. Não é a toa que Salvador lidera a lista de capitais mais sujas do Brasil. Em minhas longas andanças, eu estou para ver gente mal educada igual aqui! Deus me livre. É falta de educação de todo jeito... As vezes acho que é algo meio que sem salvação. Bem, mas isso é assunto para um outro post
O ônibus saiu da Estação da Lapa. No trajeto entraram 320 vendedores ambulantes:
- Água, água água! Olha a água!
- Mindobim, mindobim... olha o mindobim... Compra pra mim ajudar. 3 é um real.
- Paçoquinha, paçoquinha de aminduim... A delícia da Bahia. 1 é 20 e 7 é um real.
Bem, dentre todos eles um vendedor de caneta me chamou a atenção.
- Ela broca até telhado e concreto e continua escrevendo sem falhar
Outro riso inevitável. Imagine só uma caneta que fura concreto e continua escrevendo... isso já não é mais uma caneta...
Na viagem teve de tudo. Recebi panfletos de promoção do Atacadão dentro do ônibus (inclusive eu desconhecia esse sistema de delivery que parece com aquele que os professores usam nas salas de aula para distribuir apostilas).
Presenciei um acidente na Avenida Paralela e vivenciei na prática o furdunço que isso causa dentro de um coletivo. Isso sem falar que o motorista era um louco. Não parava em ponto nenhum... era sempre MUITO depois...
Mas enfim... cheguei!
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